Nesta segunda-feira (29) foi divulgada a cobertura para o Censo Demográfico 2022 nos territórios indígenas das aldeias urbanas de Campo Grande.
No total, serão 18 setores que o levantamento será realizado na Capital. Um dos primeiros territórios que recebeu os recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi o Agrupamento Indígena Darcy Ribeiro, no Jardim Noroeste.
A analista censitária Thays Souza, na área de povos e comunidades tradicionais apontou que de maneira geral, é realizado um protocolo em todo o território brasileiro, em que consiste em uma metodologia que é previamente apresentada às lideranças indígenas.
“A coleta do censo começou em 1º de agosto, mas com relação aos povos indígenas, tem toda uma metodologia específica que é diferente da população não indígena. Pois tem uma série de preparações antes, como por exemplo a realização de reuniões de abordagem em agrupamentos indígenas para conversar com a liderança”, comenta.
Dessa forma, eles atuam na mobilização em suas comunidades e assim visa facilitar o trabalho dos recenseadores que farão as coletas das informações em questionários domiciliares.
O cacique terena Abel de Almeida, evidenciou a importância do Censo.
“Em 2020 não foi possível ser feito esse trabalho, e agora temos a oportunidade de receber em nossas comunidades. Isso é muito importante para nós, pois abordam várias situações que vivemos aqui. As pessoas estão bem receptivas, comunicamos via mensagens que podem receber a visita de um recenseador e está dando certo”, conclui.
Para o levantamento, tais questionários contém questões sobre etnia, línguas faladas, questões de registro civil, arranjo familiar, religiosidade, deficiência, educação, trabalho, situação do domicílio e dos cômodos, água, saneamento, destino do lixo e acesso à internet entre outros.
Dentre os recenseadores estão indígenas, como é o caso da Graciely Goes de Almeida.
“Eu consigo olhar a comunidade de outra forma, pois eu conheço as realidades. Fazer parte dessa coleta é muito importante, e eu por ser indígena, acredito que consigo fazer com mais facilidade dentro dos territórios. Se em algum momento houver algum receio, eu consigo conversar e explicar a importância de responder os questionários”, enfatiza.
O recenseamento segue o mesmo prazo da operação censitária nas demais áreas e deve ser finalizado em 31 de outubro no Estado.
Início da coleta em MS
O Censo Demográfico 2022 começou no dia 10 de agosto, nos territórios indígenas de Mato Grosso do Sul. O lançamento da coleta do censo indígena foi realizado na Aldeia Lagoinha, situada no Território Indígena Buriti, em Sidrolândia.
Foram identificadas 189 localidades indígenas em todo o Estado, sendo 56 terras indígenas, 111 agrupamentos indígenas e 22 localidades com população indígena dispersa.
Fonte/créditos: https://correiodoestado.com.br ( ALANIS NETTO, BIANKA MACÁRIO)
