A previsão é de que MS prossiga enfrentando condições climáticas severas
Antecipada em um mês devido à seca, a operação dos bombeiros para combater incêndio no Pantanal tem novidade em 2024. Serão montadas duas bases, às margens dos rios Paraguai e São Lourenço, no município de Corumbá. A estratégia é para diminuir o tempo de resposta no combate ao fogo. Equipes vão ficar de prontidão. Reduzindo, desta forma, deslocamentos de sete horas por embarcação ou mais de um dia percorrendo as estradas.
“As primeiras [bases] estabelecidas vão ficar nas margens do Rio Paraguai e do Rio São Lourenço, lá na divisa com Mato Grosso. Porque a gente observou que em alguns momentos, durante o período de estiagem, os incêndios que vêm de Mato Grosso acabam entrando por aquela região. Queremos evitar essa progressão para dentro do nosso Estado”, afirma a diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Tatiane Inoue.
Na manhã desta terça-feira (dia 2), equipes partiram do Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande, para a região pantaneira. Os bombeiros vão realizar atividades de educação ambiental e prevenção aos incêndios florestais nas comunidades tradicionais, propriedades rurais e parques estaduais.
Conforme a diretora, em 2024 houve antecipação dos trabalhos. Em geral, as equipes partem em maio ou junho. “Este ano a gente está começando já em abril e duplicamos o número das equipes que vão a campo. Porque a gente colhe bons resultados quando dá ênfase a essa parte preventiva”, diz a tenente-coronel.
A previsão é de que Mato Grosso do Sul prossiga enfrentando condições climáticas severas. “Então, nós reestruturamos as nossas técnicas e táticas para evitar os grandes incêndios aqui no Estado”.
Na etapa de prevenção, as equipes levam educação ambiental: orientações sobre manejo integrado do fogo, conservação de aceiros (terreno no entorno das propriedades para impedir a propagação de incêndios), limpeza de cabeceiras de pontes.
“Nós temos três biomas aqui no Estado, mas o Pantanal é o que tem mais dificuldade de acesso. Então, geralmente, quando acontece um incêndio, essas comunidades, essas populações locais, são as que dão o primeiro combate até a chegada da equipe do Corpo de Bombeiros”, explica a diretora.
Além das bases dentro do Pantanal, às margens dos rios, as equipes vão priorizar as zonas de amortecimento dos parques estaduais do Ivinhema, das Nascentes do Taquari e do Parque do Pantanal do Rio Negro.
“Nesse momento, nós estamos com seis equipes, com quatro profissionais cada, em campo. E mais uma equipe de 15 militares que dá suporte logístico e de gerenciamento, que é o Sistema de Comando de Incidentes, estabelecido tanto aqui em Campo Grande quanto em Corumbá. Quando a gente observa o mapa de calor do Estado, principalmente nos períodos de estiagem, Mato Grosso do Sul tem se comportado como uma ilha de preservação.”
Monitoramento – O foco de calor é detectado pelo satélite em uma superfície partir de 47 graus Celsius. “Não necessariamente uma superfície de 47 graus Celsius é um incêndio. Mas quando a gente observa no Centro de monitoramento do Corpo de Bombeiros que aquele ponto começa a evoluir, numa dinâmica que já temos parâmetros, a gente detecta que é um incêndio”.
Na sequência, é verificada a base do cadastro rural do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e os bombeiros entram em contato com os proprietários.
Fonte/créditos: https://www.campograndenews.com.br/meio-ambiente/bases-nos-rios-paraguai-e-sao-lourenco-vao-agilizar-combate-ao-fogo-no-pantanal (Por Aline dos Santos e Idaicy Solano)