Bullying se intensifica no ambiente escolar e prevenção é a palavra chave

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O bullying consiste um conjunto de violências, que vão desde agressões verbais, físicas e psicológicas, com intuito de humilhar ou intimidar a vítima, de forma contínua, ou seja, é uma perseguição que se repete.

A prática tem se agravado ao longo dos anos, especialmente no ambiente escolar, e traz consequências negativas para inúmeros estudantes, principalmente na fase de transição da infância para a adolescência.

Isto porque a repetição da violência traumatiza a vítimas e o impacto pode ser profundo, como a depressão, distúrbios comportamentais e até casos mais graves.

As discussões sobre o bullying são relativamente recentes e, como a maior frequência é na escola, os docentes e demais agentes do meio escolar tem se preparado para identificar, atuar e acompanhar os casos que surgem dentro e fora da escola.

Por se tratar de uma espécie de perseguição, as atitudes não podem apenas ser reativas, mas estratégias de prevenção devem ser traçadas.

Em Campo Grande, uma das escolas a tratar sobre o tema é Elite Rede de Ensino, através do projeto “Não tem graça”.

Ao longo de todo o semestre, alunos do 6º ano aprendem sobre o conceito de intimidação sistemática (bullying), o motivo dela acontecer, o que fazer para não ocorrer, dentre outros temas.

O filme Extraordinário, baseado em um livro de mesmo nome, trata sobre o tema e também é debatido em salas de aula, a fim de suscitar o debate e exercitar a empatia.

Ao se colocar no lugar da vítima, os estudantes podem compreender que todos podem passar por situações de ansiedade e de desconforto quando estão em um ambiente novo.

“Rompemos a ideia de que só existe um tipo de bullying. Junto aos jovens, apresentamos diferentes facetas: verbal, social, moral, psicológica, sexual”, afirma Lucas Vieira, coordenador do Ensino Fundamental Anos Finais do Elite.

“Ajudamos os adolescentes a identificar situações que possam ser caracterizadas como uma intimidação sistemática e quem são os personagens envolvidos, levantando a discussão que nem tudo o que acontece de ruim conosco é classificado como bullying”, acrescentou.

O debate sobre o bullying no ambiente escolar também traz ações práticas, para que os alunos entendam que não basta se posicionar contra, mas também ter atitudes eficazes, especialmente de prevenção.

A psicopedagoga Gabrieli Ribeiro endossa a atenção com o tema.

“A ideia é que a partir do trabalho com os aspectos socioemocionais, os comportamentos sejam internalizados e aplicados no cotidiano”, disse.

“Há de se destacar que nem sempre é uma tarefa fácil, pois realidades diversas se encontram numa mesma sala de aula, porém com a estruturação de um trabalho sério e eficiente a tendência é o alcance pleno do objetivo da saúde emocional positiva”, concluiu.

Entenda a diferença entre Bullying x conflito

No bullying, os ataques são intencionais, repetitivos e têm como objetivo maltratar e humilhar; não há justificativa evidente para as agressões.

Ele é realizado entre pares -ou seja, entre alunos, mas com uma desigualdade de poder- e na presença de ‘espectadores’

Vítimas mais comuns

Quem é considerado mais frágil, seja pela renda, orientação sexual, religião, origem, cor ou aparência.

Pessoas tímidas ou com baixa autoestima também são alvos, assim como alunos que se destacam por coisas positivas, como beleza e boas notas

COMO IDENTIFICAR

Possíveis sinais de que a criança sofre bullying:

Na escola

  1. Mostra-se triste frequentemente
  2. É a última a ser escolhida em atividades e fica isolada ou perto de adultos no recreio
  3. Tem piora nas notas
  4. Anda com ombros encurvados, cabeça baixa e não olha no olho

Em casa

  • Usa desculpas para faltar à aula
  • Tem mudanças extremas de humor
  • Gasta mais dinheiro que o habitual na cantina para dar lanche aos outros
  • Aparece com hematomas após a aula

COMO AGIR

O que a escola deve fazer?

  • Capacitar funcionários e orientar pais
  • Explicar as consequências, para que alunos não achem graça
  • Estar junto no recreio para criar confiança
  • Acionar os pais e discutir soluções, ouvindo a opinião da vítima
  • Em casos graves, acionar autoridades

O que os pais devem fazer?

  • Observar os filhos
  • Acionar a escola e discutir soluções
  • Não dizer coisas do tipo “ignore” ou “não ligue”
  • Estimulá-los a perceber suas habilidades para resgatar a autoestima
  • Se preciso, buscar a ajuda de psicólogos

Como proceder com o agressor?

  • Repreender suas ações e mostrar o mal que ele está causando ao outro
  • Fazer com que ele conserte o dano causado
  • Trabalhar valores como respeito às diferenças

Fonte/créditos: https://correiodoestado.com.br (Cartilhas do CNJ e do Ministério Público e especialistas)

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