Ex-comissionado da prefeitura é preso em investigação de assédio sexual

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Dono de um portal que agenciava acompanhantes e ex-servidor comissionado da Prefeitura de Campo Grande, Victor Hugo Ribeiro Nogueira da Silva, 36 anos, foi preso na manhã de ontem por policiais da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da Capital.

Ele é investigado por coação no curso do processo, corrupção ativa de testemunhas e favorecimento à prostituição.

A investigação que é conduzida pela titular da Deam, a delegada Maíra Pacheco, pode ter conexão com a investigação que apura estupro, assédio sexual e exploração sexual na Prefeitura de Campo Grande, em que um dos investigados é o candidato ao governo de Mato Grosso do Sul Marquinhos Trad. O caso está em segredo de Justiça.

Entre março de 2017 e julho do ano passado, Victor Hugo foi servidor da Prefeitura de Campo Grande. Foi exonerado a pedido. Em janeiro do ano passado, chegou a ficar lotado no gabinete do então prefeito Marquinhos Trad, e recebeu um salário líquido de R$ 5.784,63.

Na mesma operação de ontem, em que a prisão preventiva de Victor Hugo foi cumprida, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em dois imóveis de Campo Grande, em um deles funcionava uma casa de prostituição.

Victor Hugo também aparece como dono de um site na internet para agenciamento de garotas de programa, com os domínios “Class Vip BR” e “Class Vip”.

Nas redes sociais, Victor Hugo era pura ostentação. Há várias fotos em um Porsche Boxster, carro avaliado em pelo menos R$ 500 mil. Em seus stories, também há menção a candidaturas de políticos.

A Polícia Civil foi procurada, mas não se manifestou. Ficou restrita a uma nota publicada na tarde de ontem.

O Correio do Estado, porém, apurou que em um dos endereços onde foi cumprido o mandado de busca e apreensão funcionava um local semelhante a uma casa de prostituição. O local seria onde mulheres se encontravam com clientes denominados vip.

Victor Hugo também é dono de uma tabacaria, a King 67 House. No site de classificados de acompanhantes, inclusive, há publicidade para a tabacaria. A conta do Instagram de Victor Hugo também faz menção indireta ao local.

Victor Hugo já foi acusado de furto e estelionato em outras ocasiões.

Ameaças

As suspeitas que pairam sobre Victor Hugo é de supostas ameaças que ele teria feito a mulheres que denunciaram casos de assédio sexual.

Há conversas de WhatsApp de números em que supostamente seriam do suspeito, que está preso preventivamente, em que ele estava tentando convencer algumas garotas de uma investigação em curso na Deam.

Por ser uma prisão preventiva, Victor Hugo continuará à disposição da Justiça, e não há qualquer previsão de que seja colocado em liberdade.

O elemento que levou a juíza da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, May Melke Amaral Penteado Siravegna, é a coação das testemunhas e, possivelmente, das supostas vítimas.

O Correio do Estado procurou a assessoria do ex-prefeito e candidato Marquinhos Trad, que se manifestou da seguinte forma:

“A defesa reforça que se trata de uma armação com fins políticos; lamenta, mais uma vez, o vazamento de operação em inquérito sigiloso, com a imprensa novamente avisada de todos passos, e ressalta que a pessoa citada não possui vínculo com Marquinhos”.

Fonte/créditos: https://correiodoestado.com.br (EDUARDO MIRANDA)

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