PIB de Mato Grosso do Sul cresce R$ 43 bilhões no período de 3 anos

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Com orçamento anual de R$ 16 bilhões a R$ 18 bilhões nos últimos anos, Mato Grosso do Sul aumentou o Produto Interno Bruto (PIB) em mais de R$ 40 bilhões nos últimos três anos.

Para este ano, o Estado terá o segundo maior crescimento do País, é o que mostra o levantamento realizado pela Tendência Consultoria e publicado pelo jornal Valor Econômico.

A expansão do agronegócio e a agroindustrialização puxam o crescimento, que chega aos 4,6% neste ano. O Estado, que por muitos anos teve sua economia baseada no binômio boi-soja, vê novos investimentos em beneficiamento da produção darem resultado no alicerce da economia.

De acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a soma de todas as riquezas de Mato Grosso do Sul era de R$ 106,9 bilhões em 2019.

Sem considerar o crescimento de todo o ano vigente, atualmente o PIB já atinge R$ 150 bilhões, conforme o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck.

“O valor do PIB hoje é de R$ 150 bilhões, esse é o tamanho do PIB. Ele normalmente é medido por crescimento, hoje saiu uma estimativa da consultoria Tendência de que o PIB de Mato Grosso do Sul deve crescer 4,6% em 2022.

Isso significa o segundo maior crescimento do País, sendo o maior o de Mato Grosso e MS na sequência. Com esse crescimento, nós teremos mais ou menos R$ 7 bilhões adicionais”, disse Verruck ao Correio do Estado.

O crescimento é de mais de 40% no comparativo entre 2019 e 2022. Somado o crescimento de todo este ano, o total chegará a R$ 156,9 bilhões.

“O PIB é o somatório de todas as riquezas geradas. Quando falamos disso, tratamos de crescimento econômico, de novas oportunidades de emprego e novas atividades econômicas. É um indicador comparável entre países e estados”, explica o secretário.

RECORDES

Conforme já noticiado pelo Correio do Estado, o Estado acumula saldo positivo em mais de 30 mil empregos criados em seis meses, um recorde, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged).

Dados da Junta Comercial de Mato Grosso do Sul (Jucems) apontam que, nos primeiros sete meses deste ano, foram abertas 4.848 empresas no Estado, número que também é o maior da série histórica, iniciada nos anos 2000.

“Essas projeções são extremamente importantes e demonstram o resultado das políticas públicas que nós temos definido para o Estado em termos de crédito, financiamento, infraestrutura, expansão de novas áreas, programas de incentivo aos produtores e para as indústrias, com impacto direto na população sul-mato-grossense e no desenvolvimento econômico de nosso Estado”, afirma Verruck.

O doutor em Economia Michel Constantino avalia que os bons números são importantes, principalmente, considerando as crises enfrentadas nos últimos anos.

“Estamos passando por esse crescimento mesmo diante de três crises: escassez hídrica, pandemia e guerra [Rússia e Ucrânia]. Nosso Estado se desenvolvendo e sendo destaque nacional, isso mostra compromisso e desenvolvimento”.

Além do destaque da produção de soja, milho e gado, hoje o Estado intensifica a produção de celulose, beneficiamento de milho e soja. Para o economista, essa expansão da fronteira agrícola impacta diretamente o crescimento do Estado.

“Mato Grosso e Mato Grosso do Sul estão em destaque, então, são as fronteiras agrícolas que estão em expansão e atraindo novos investimentos que se destacam no PIB. Esse crescimento econômico se multiplica, capilariza no Estado, trazendo novos empregos, densidade para as indústrias e também desenvolvimento humano. Porque você tem que melhorar o capital humano e a infraestrutura, e tudo isso ajuda na saúde, na economia e na educação”, conclui Constantino.

Verruck lembra do impacto da estiagem na última safra de soja, com a maior quebra dos últimos 10 anos.

“Isso teve um comprometimento, mas nós recuperamos com a ampliação da produção de milho. No ano passado, foram plantados 3,724 milhões de hectares de soja e, para 2023, nós temos uma perspectiva de crescimento. Mato Grosso do Sul deve bater novamente o recorde de área plantada de soja, com a conversão de pastagens degradadas em cultivo de soja”, comenta

SETORES

O secretário destaca também a expansão de outras atividades econômicas no Estado que contribuem para a elevação do PIB, como o crescimento do plantio de eucalipto e a industrialização desta madeira, com a atração de novos empreendimentos do setor.

O Estado tem em construção o projeto Cerrado, fábrica de celulose da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, que atualmente é o maior canteiro de obras com investimento privado do País.

Até 2028, outra planta de celulose, o projeto Sucuriú, será concluída, em Inocência. Ambos investimentos estão acima de R$ 15 bilhões.

“Tivemos um outro fator positivo, que é a industrialização do milho em Mato Grosso do Sul. Nós tivemos um crescimento da suinocultura, que consome farelo de milho e deve aumentar a nossa produção e exportação de carne suína. Também temos uma ampliação da produção de carne de frango, que é extremamente importante e que a gente também consegue ampliar com a agroindustrialização”, diz o titular da Semagro.

Para os próximos anos, o crescimento deve ser ainda maior, e o único desafio é melhorar o gargalo logístico do Estado.

“É o que nós estamos fazendo com as melhorias de estradas e a modernização de todos os canais logísticos de Mato Grosso do Sul, exatamente para suportar esse processo de crescimento que nós temos tido no Estado”, conclui Verruck.

1,2% na média nacional

Enquanto Mato Grosso do Sul projeta crescer 4,6% este ano, relatório fiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia aponta que a mediana das estimativas para o crescimento econômico do Brasil em 2022 foi de 1,92%.

 

Fonte/créditos: https://correiodoestado.com.br (SÚZAN BENITES)

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