Presidente da Câmara pede diálogo com prefeita em meio à onda de demissões

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O presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), sugeriu que a atual prefeita da Capital, Adriane Lopes (Patriota), converse internamente com as demais lideranças do Legislativo municipal, a fim de compor um governo equilibrado entre 2022 e 2024.
O recado de Carlão foi dado na primeira semana após a derrota do ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD) no primeiro turno da eleição para governador. Desde segunda-feira (3), Adriane vem colocando em execução um plano para exonerar comissionados ligados à administração de Marquinhos que ainda estão na prefeitura.
No cargo desde o dia 4 de abril deste ano, Adriane Lopes exonerou oito comissionados na terça-feira (4), entre eles, o ex-secretário de governo Antônio Lacerda e o adjunto dele, Robson Gatti.
“A prerrogativa de escolha é da atual prefeita, entretanto, sugiro que ela converse internamente com os demais partidos, a fim de equilibrar suas indicações por meio de perfil e capacidade daqueles que virão a assumir os cargos”, salientou o vereador.
Ao Correio do Estado, Carlão pontuou que Adriane Lopes tem liberdade crítica para compor sua base aliada, uma vez que, segundo ele, é natural que a prefeita, enquanto titular do Executivo municipal, busque alternativas para compor sua equipe de trabalho.
O vereador reforçou algumas características e posturas positivas que devem ser observadas, segundo ele, em um bom gestor público.
“Gestores ou secretários públicos devem ser proativos, capazes e terem gosto pelo trabalho, além de terem afinidade com a pasta ou o setor em que atuam. Quem trabalha na Secretaria de Saúde, por exemplo, deve visitar pelo menos 15 postos de saúde por semana, cumprir eventuais agendas e deveres em seu gabinete, postura que deve ser adotada nas demais secretarias”, pontuou Carlão.
Conforme o presidente do Legislativo municipal, o diálogo entre a prefeita e os demais vereadores e bancadas que compõem a Câmara pode evitar que, em caso de reeleição, Adriane Lopes evite conflitos internos e consiga manter a conversa entre os lados, a fim de inibir, segundo ele, eventuais conflitos administrativos.
“Apoiaremos ela [Adriane], somos a favor do diálogo, e, caso ela adote uma postura conciliadora, poderá evitar transtornos como aqueles observados no governo do ex-prefeito Alcides Bernal”, declarou.

Debandada

Após a derrocada de Marquinhos Trad (PSD) na disputa pela cadeira do governo do Estado no domingo (2), a prefeitura sinalizou, por meio de edição extra do Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) de terça-feira (4), a exoneração de oito comissionados nomeados pelo então prefeito.
O primeiro comissionado a divulgar seu desligamento foi o então secretário municipal de Governo e Relações Institucionais da Prefeitura, Antônio Cézar Lacerda Alves. Por meio de suas redes sociais, Lacerda, presidente regional do diretório do PSD, partido de Marquinhos Trad, disse que deixaria o Executivo municipal por “questões pessoais”.
Outro desligamento foi o de Robison Gatti Vargas, vice-presidente do partido e então secretário adjunto da prefeitura.
A saída de ambos pode ter ligação com a inesperada sexta posição de Trad na corrida eleitoral, com pouco mais de 124,7 mil votos.
Com Capitão Contar (PRTB) e Eduardo Riedel (PSDB) no segundo turno, que acontecerá no dia 30, Marquinhos Trad ficou atrás de André Puccinelli (MDB), Rose Modesto (União) e Giselle Marques (PT).
Para além do diretório regional do PSD, foram exonerados Kaena Guilen Fernandes, que ocupava cargo comissionado e exercia assessoria governamental, Cristiane Soares, assessora especial do governo Trad, e o assessor-executivo Cauê Marques, nomeados pelo ex-prefeito.
Melquiades da Silva Pinto e Lina Adriely Pereira Lopes Muhl, ambos gestores de processos, também foram desligados de suas funções, assim como Leandro Poussan Taveira Vilela e Octávio Augusto Taveira do Carmos, assessores governamentais exonerados.

NOVOS NOMES

Outro vereador campo-grandense, Sandro Benites (Patriota), vice-líder da prefeita na Câmara Municipal, desconversou quando questionado pelo Correio do Estado se a prefeita Adriane Lopes adotaria uma postura radical de governo e manteria o ritmo de exoneração.
“As tratativas em relação ao caso devem ser debatidas diretamente com a prefeita, Adriane Lopes”, disse.
Apesar de colocar “panos quentes”, Benites não negou quando perguntado se apenas Max Freitas, da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur), seria mantido pela atual gestão.
Outro nome cotado para compor o governo de Adriane Lopes, segundo Carlão, é o do ex-presidente da Câmara Municipal Mário César. “O nome dele foi ventilado recentemente. Me encontrei com ele durante uma agenda, questionei se a movimentação era assertiva, entretanto, me disse não estar sabendo de nada”, disse Carlão.
Fonte/créditos: https://correiodoestado.com.br (Alison Silva)

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